" O portão do Monturo reparou-o Malquias, filho de Recabe, maioral do distrito de Bete-Querém; este o edificou e lhe levantou os portões com as suas fechaduras e os seus ferrolhos - Ne.3:14".
O Portão do Monturo
Revendo os textos do Livro de Neemias verifiquei que nas Muralhas de Jerusalém haviam diversos portões, cada um tinha a sua utilidade, e, concluindo a série com o tema "Fechando as Brechas", gostaria de falar da utilidade do portão de acesso ao monturo.
Cada cidade, ainda nos dias de hoje, tem o seu monturo, conhecido como lixão; isto porque o homem ainda não se interessou em reciclar, cem por cento, do lixo produzido, diariamente.
É bom que se diga que o lixo já era um problema para as cidades a milhares de anos atrás, como podemos ver nestes textos. e nos dias de hoje até as cidades em países antigos e desenvolvidos, sem saber o que fazer com seu lixo, coloca-o em navio e despacha para outros países.
Em Jerusalém, com certeza, haviam pessoas responsáveis pela coleta do lixo, que era feita de casa em casa. Esse lixo era levado até o portão do monturo; o portão se abria e o lixo era levado até o monturo, o lixão da cidade. Após esse procedimento esse portão era devidamente fechado. Isso significa que o lixo precisava ser tirado dos lares. O Portão do Monturo, devidamente fechado, fazia com que as famílias de Jerusalém não convivessem com o lixo. Aquele portão, quando fechado, separava a cidade do monturo e aquelas famílias eram, assim, protegidas das consequências ruins trazidas pela presença do lixo.
Veja em que estado Neemias encontrou esse portão: "E de noite saí pela porta do vale, para a banda da fonte do dragão, e para a porta do monturo, e contemplei os muros de Jerusalém, que estava fendidos, e as suas portas, que tinham sido consumidas pelo fogo.- Ne.2:13". Esse portão simplesmente não existia, portanto, nada separava as famílias de Jerusalém do lixo produzido por elas mesmas. Aquelas pessoas estavam familiarizadas com o monturo, e isso era um sério problema, pois o acúmulo de lixo atrai rato, barata, e outros tipos de vida que causam danos à uma população.
Pior do que o lixo propriamente dito, que atrapalham a vida das famílias que vivem numa cidade, são os lixos acumulados na alma das pessoas. As consequências, em virtude da presença deste lixo em nós, são piores, pois sufocam a alma e impede a nossa comunhão com Deus. O prejuízo é muito grande. Em comunhão com Deus somos abençoados, e quando o lixo da alma impede a nossa comunhão com Deus, atraímos maldição e morte, espiritualmente falando.
Veja o que está escrito em Ef.4:31: "Toda amargura, e ira, e cólera, e gritaria, e blasfêmias e toda malícia seja tirada de entre vós”. Essa relação de lixo espiritual aumenta quando atentamos para o que está escrito em Gl.5:19, pois lá encontramos: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, inveja, homicídios, bebedices (vícios), glutonarias. Este texto ainda declara: "acerca dos quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus".
É preciso tirar do meio das nossas famílias estes lixos espirituais, pois são eles que prejudicam nossa comunhão com Deus. Lembremo-nos de que Deus enviou seu filho para que o coração dos pais se converta ao coração dos filhos, e o coração dos filhos se converta ao coração dos pais (Ml.4:6), e isto só é possível se houver uma conversão da família, a Deus. Satanás não quer isso e é ele que cria em nosso lar todo esse lixo; é preciso dizer não. É preciso tirar esse lixo que atrapalha nosso viver em família, e mandá-lo para bem longe, fora dos limites do nosso lar. É preciso fechar, de uma vez por todas, a porta do monturo.
Seu irmão em Cristo.
Pr. Adolpho Salgado
