“Então eu lhes disse: Bem vedes vós a aflição em que
estamos: Jerusalém está em ruínas, e as sua portas queimadas a fogo. Vinde,
reedifiquemos os muros de Jerusalém para que não estejamos mais em opróbrio”
(Neemias 2:17).
Por causa do pecado as famílias de Jerusalém foram
levadas cativas para Babilônia, ficando ali um remanescente. Setenta anos
depois os judeus começaram a voltar do cativeiro.
Neemias era judeu, descendente de uma dessas famílias
que moravam em Jerusalém, e que também havia sido levada cativa. Quando o povo
judeu começou a voltar para Jerusalém, Neemias era mordomo do rei da Pérsia.
Neemias, através de seu irmão Hanani, ficou sabendo do
estado de miséria que as famílias de Jerusalém se encontravam. Os muros de
Jerusalém estavam cheios de grandes fendas, brechas por onde entravam os
inimigos, que roubavam tudo o que era plantado e causava danos às famílias. O
opróbrio, a vergonha, tomou conta do coração daquele povo.
Tenho comigo que Neemias estava bem familiarizado com
as palavras de Deus pelo ministério profético de Isaías, quando diz: ”os que de
ti procederem edificarão os lugares antigamente assolados, e levantarás os
fundamentos de geração em geração; chamar-te-ão reparador de brechas...”
(Isaías 58:12). Neemias chora, ora e jejua por muitos dias, e Deus lhe mostrou
que estava no controle de tudo.
O rei da Pérsia deu a Neemias todo recurso necessário
para que os muros de Jerusalém fossem reparados. Então, Neemias convoca os pais
de família para restaurarem os seus muros de defesa, confiante em Deus e sem
medo de seus inimigos.
Assim como nos tempos de Neemias, o Senhor quer que
nos dias de hoje, nossas famílias sejam fortalecidas e estejam em total
segurança. Deus nos convida hoje para observarmos a situação em que se
encontram as nossas famílias; as famílias que formam nossa sociedade, a nossa
cidade, a nossa nação.
Na sua maioria, elas se encontram em miséria moral e
espiritual. Nossa luta não é contra pessoas, e sim, contra as forças
espirituais da maldade (Efésios 6:12) que vai estendendo seu domínio cada vez
mais (1João 5:19).
Deus nos convida hoje para restaurarmos as nossas
defesas, reparando todas as brechas, libertando nossas famílias das mãos dos
inimigos, e dando a elas a devida segurança.
Afinal, quais são essas brechas pelas quais nossos
inimigos entram e nos escraviza, nos nossos dias?
Quando queremos resolver nossos problemas sem ajuda de
Deus, posicionando como quem sabe muito bem o que é certo e o que é errado,
alimentando-se e dependendo do fruto de uma ciência sem Deus, aí está uma
grande brecha. Precisamos compreender que nossa casa precisa ser casa de
oração.
Quando o casal briga, e nenhum dos cônjuges pede
perdão ou libera perdão, aí está outra grande brecha, porque ambos carregam no
coração, ferida que não foi curada.
A falta de perdão deixa as pessoas nas mãos de
atormentadores (Mateus 18:35), e pior que estamos levando nossos filhos aos
mesmos procedimentos. Estamos com isso criando brechas na nossa cerca
espiritual de proteção; estamos dando legalidade aos inimigos para agirem.
(leia, por favor, Isaias 5:1-6 e lembre-se que nós somos a vinha do Senhor, o
amado da nossa alma). Podemos acrescentar aqui muitas outras brechas.
Precisamos tomar cuidado para não deixar Jesus do lado
de fora da nossa casa. As palavras do Senhor Jesus: “eis que estou à porta e
bato” (Apocalipse 3:20), foram ditas às famílias de uma igreja local, a igreja
de Laudiceia. (leia a carta toda, em Apocalipse 3:14-22).
Se quisermos levar a nossa família a uma vida de
vitória, é preciso colocar os inimigos para correr, tapar todas as brechas
existentes no nosso sistema de defesa espiritual, e escancarar a porta do nosso
lar para que o Senhor Jesus entre e seja o centro de nossas vidas.
Adolpho Salgado