sexta-feira, 18 de outubro de 2013

DE VOLTA AO EVANGELHO

O evangelho é a melhor notícia que já ecoou nos ouvidos da história. É a boa nova da salvação vinda de Deus a pecadores perdidos. É o transbordamento do amor divino aos filhos da ira. É a graça sem par a pessoas indignas. É a misericórdia estendida a indivíduos arruinados. O evangelho é o novo e vivo caminho que Deus abriu desde o céu para o céu. Esse não é o caminho das obras, mas da graça. Não é o caminho do mérito, mas da oferta gratuita. Não é o caminho da religião, mas da cruz. A salvação é uma obra monergística de Deus, trazendo libertação aos cativos, redenção aos escravos e vida aos mortos.

Com respeito ao evangelho, precisamos estar alertas sobre alguns perigos. Tanto no passado como no presente, ataques frontais foram e ainda são feitos para esvaziar o evangelho e substituir o evangelho por outro evangelho, que em essência, não tem nada de evangelho. Quais são esses perigos?

Em primeiro lugar: O perigo de substituir o evangelho da graça pelo evangelho das obras. O mundo odeia o evangelho, porque este é um golpe fatal em seu orgulho. O evangelho anula completamente qualquer possibilidade do homem vangloriar-se. Reduz o homem à sua condição de completo desamparo. Mostra sua ruína absoluta, sua depravação total, sua escravidão ao diabo, ao mundo e à carne, sua corrupção moral e sua morte espiritual. A tentativa do homem chegar-se a Deus pelo caminho das obras é tão impossível como tentar construir uma torre até aos céus. O apóstolo Paulo diz aos judaizantes que estavam perturbando a igreja e pervertendo o evangelho, induzindo as pessoas a praticarem as obras da lei para serem salvas, que isso é um outro evangelho, um evangelho falso, que desemboca na ruína e na perdição.

Em segundo lugar: O perigo de substituir o evangelho da cruz pelo evangelho da prosperidade. Prolifera em nossos dias os pregadores da conveniência, os embaixadores do lucro em nome da fé. Multiplicam-se neste canteiro fértil da ganância, homens inescrupulosos que mercadejam a palavra de Deus, fazendo da igreja uma empresa, do púlpito um balcão, do evangelho um produto híbrido, do templo uma praça de negócios e dos crentes consumidores. O vetor desses obreiros da iniquidade é o lucro. Pregam para agradar. Pregam para atrair as multidões com uma oferta de riqueza na terra e não de um tesouro no céu. Torcem as Escrituras, manipulam os ouvintes, enganam os incautos, para se locupletarem. Sonegam ao povo a mensagem da cruz, a oferta da graça, a mensagem da reconciliação por meio do sangue de Cristo. Embora esses pregadores consigam popularidade estão desprovidos da verdade. Embora reúnam multidões para ouvi-los, não oferecem aos famintos o Pão do céu. Embora, se vangloriem de suas robustas riquezas acumuladas na terra, são miseravelmente pobres na avaliação do céu.

Em terceiro lugar: O perigo de se pregar o evangelho sem o poder do Espírito Santo. Se a pregação do falso evangelho das obras e da prosperidade é uma negação do genuíno evangelho, a pregação do verdadeiro evangelho sem o poder do Espírito é uma conspiração contra o evangelho. O evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo o que crê. Nele se manifesta a justiça de Deus. Não podemos pregá-lo sem a virtude do Espírito Santo. O pregador precisa ser um vaso limpo antes de ser um canal de bênção. Precisa viver com Deus antes de falar em nome de Deus. O pregador precisa ser cheio do Espírito antes de ser usado pelo Espírito. Se a pregação do evangelho é lógica em fogo, a mensagem do evangelho precisa queimar no coração do pregador antes de inflamar os ouvintes. Precisamos desesperadamente de um reavivamento nos púlpitos. Precisamos voltar ao evangelho!

Texto do Pr. Hernandes Dias Lopes (transcrito)

 

 

terça-feira, 15 de outubro de 2013

ELES PERSEVERAVAM NA ORAÇÃO


"E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações” (Atos 2:42).

 
Os cristãos aprenderam com os apóstolos sobre a importância da oração, porque os apóstolos tinham vida de oração. Isto porque Jesus Cristo, como homem, vivia em constante oração. Eles participaram durante três anos desse ministério precioso de Jesus; a intercessão. Eles viam que Jesus, muitas vezes só, gastava tempo em comunhão com o Pai. Eles ficavam tão admirados, vendo o colóquio entre o Filho e Pai, que um dia disseram a Jesus: Ensina-nos a orar assim. (Veja Lucas 11:1).

Jesus orou pelos pecadores. O profeta Isaías, setecentos anos antes do nascimento de Cristo, viu isto. O texto diz: “Pois ele levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu” (Isaías 53:12).

Jesus orou pelos cristãos fracos. “Mas eu orei por ti (Pedro) para que a tua fé não desfaleça...” (Lucas 22:32).

Jesus orou pelos seus inimigos. “...Pai, perdoa-lhes, pois eles não sabem o que fazem...” Lucas 23:34).

Jesus orou ao Pai solicitando a vinda do Espírito Santo. “Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro consolador, para que esteja convosco para sempre” (João 14:16).

Jesus orou pela Igreja. “(Pai) Eu rogo por eles. Não oro pelo mundo, mas por aqueles que me deste, pois são teus” (João 17:9).

Jesus ora ao Pai, continuamente, garantindo assim a nossa salvação eterna. O apóstolo Paulo, que em visão foi recebido nas regiões celeste, onde foi instruído, a fim de exercer seu ministério apostólico junto aos gentios, tinha certeza disto; pois assim ele diz: “Quem os condenará? Pois é Cristo quem morreu ou, antes, quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós. Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor! (Romanos 8:34-35, 38-39).

Se Jesus, nosso Mestre e Senhor, no seu ministério aqui na terra perseverava em sua vida de oração; e mesmo agora junto ao Pai continua intercedendo por nós; então, aqueles que formam com ele um só corpo, que é a Igreja, não podem ser diferentes, precisam perseverar na oração.

A oração fortalece a Igreja, como aconteceu com os primeiros cristãos, quando começaram enfrentar tribulações (Veja Atos 4:24-31).

A oração liberta as pessoas dos problemas da alma, com também do corpo, deixando-as livre da ação do maligno. Isto aconteceu nos tempos dos apóstolos, como em todos os tempos, como também nos dias de hoje.

A oração constante permite nossa permanência em Cristo para usufruir dele, abundância de vida, e receber dele tudo aquilo que pedirmos. ( Veja João 15:7). Perseveremos na oração.
Adolpho Salgado

 

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

ELES PERSEVERAVAM NO PARTIR DO PÃO

“Eles perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão...” (Atos 2:42).

 
O partir do pão diz respeito à ordem do Senhor Jesus na última ceia, quando ele, identificando-se com o cordeiro da Páscoa, tomou o pão e o vinho, como sinal do seu corpo e do seu sangue, e tendo dado graças deu-os aos seus discípulos, ordenando que repetissem isso como um memorial. O partir do pão era realizado nas casas e durante a refeição comum.

O partir do pão era, e sempre foi de extrema importância na vida da Igreja. Os primeiros cristãos em Jerusalém levavam em conta isso, pois partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração (Atos 2:46). O partir do pão significa que:

- Aquilo que está escrito em Gênesis 3:15, com referência ao descendente da mulher, havia se cumprido. Cristo foi ferido na cruz e pela ressurreição venceu o maligno.

- O pecado cometido pela primeira família lá no Éden, o qual contaminou todas as famílias da terra, deixando-as, de maneira irremediável separadas da presença de Deus, e levando em sua alma uma nota de culpa, caiu sobre Jesus naquela Cruz. A Bíblia diz: “Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas feridas, fomos sarados (Isaías 53:5). A nossa grande dívida para com Deus foi paga, pois está escrito: “E, quando vós estáveis mortos nos pecados (...) vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas, havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças ( ...), cravando-a na cruz”(Colossenses 2:13-14).

- O partir do pão fala da nossa participação com Cristo, no que diz respeito a sua morte e ressurreição. Cristo nos atraiu na sua morte. “E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim. E dizia isso significando de que morte havia de morrer” (João 12:32-33). Em Cristo fomos mortos para a vida de pecado; e nele fomos ressuscitados para uma nova vida. (Confira isto, em Romanos 6:3-6).

- O partir do pão fala da nossa comunhão com Cristo e com os irmãos em Cristo, formando com Cristo um só corpo. (Confira, 1 Coríntios 12:27; Romanos 12:5; Efésios 1:22-23; Colossenses 1:24).

- O partir do pão fala do sacrifício de Cristo como alimento para nossa alma; pois está escrito: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim, e eu nele” (João 6:56). No texto de Romanos 6:3-6 fala de Cristo nos atraindo para participarmos com ele na sua morte e ressurreição; agora, é nós que, pelo partir do pão, atraímos a vida de Cristo para preencher e governar a nossa vida. O apóstolo Paulo diz: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim...” (Gálatas 2:20).

Através do partir do pão expressamos nossa gratidão eterna, uma perene ação de graça (gr. Eucaristia), lembrando que Deus nos amou de tal maneira que deu o seu filho único para morrer em nosso lugar a fim de nos resgatar da maldição, fazendo-se maldição por nós. (Leia João 3:16; Gálatas 3:13).

- O partir do pão é um memorial (Lucas 22:19) que vem fortalecer  a nossa vida cristã e deixar bem vivo na nossa memória a motivação para vivermos uma nova vida, em Cristo Jesus. Por isso a Bíblia diz: “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram, eis que tudo se fez novo" (2 Coríntios 5:17).

O partir do pão lembra que somos um só corpo, em Cristo Jesus; então, mais do que um ato realizado de maneira periódica, o partir do pão deve ser vivido por nós, em cada momento da nossa vida cristã.

Adolpho Salgado