Com respeito
ao evangelho, precisamos estar alertas sobre alguns perigos. Tanto no passado
como no presente, ataques frontais foram e ainda são feitos para esvaziar o
evangelho e substituir o evangelho por outro evangelho, que em essência, não
tem nada de evangelho. Quais são esses perigos?
Em primeiro lugar: O perigo de substituir o evangelho da
graça pelo evangelho das obras. O mundo odeia o evangelho, porque este é um golpe
fatal em seu orgulho. O evangelho anula completamente qualquer possibilidade do
homem vangloriar-se. Reduz o homem à sua condição de completo desamparo. Mostra
sua ruína absoluta, sua depravação total, sua escravidão ao diabo, ao mundo e à
carne, sua corrupção moral e sua morte espiritual. A tentativa do homem
chegar-se a Deus pelo caminho das obras é tão impossível como tentar construir
uma torre até aos céus. O apóstolo Paulo diz aos judaizantes que estavam
perturbando a igreja e pervertendo o evangelho, induzindo as pessoas a praticarem
as obras da lei para serem salvas, que isso é um outro evangelho, um evangelho
falso, que desemboca na ruína e na perdição.
Em segundo lugar: O perigo de substituir o evangelho da
cruz pelo evangelho da prosperidade. Prolifera em nossos dias os pregadores da
conveniência, os embaixadores do lucro em nome da fé. Multiplicam-se neste
canteiro fértil da ganância, homens inescrupulosos que mercadejam a palavra de
Deus, fazendo da igreja uma empresa, do púlpito um balcão, do evangelho um
produto híbrido, do templo uma praça de negócios e dos crentes consumidores. O
vetor desses obreiros da iniquidade é o lucro. Pregam para agradar. Pregam para
atrair as multidões com uma oferta de riqueza na terra e não de um tesouro no
céu. Torcem as Escrituras, manipulam os ouvintes, enganam os incautos, para se
locupletarem. Sonegam ao povo a mensagem da cruz, a oferta da graça, a mensagem
da reconciliação por meio do sangue de Cristo. Embora esses pregadores consigam
popularidade estão desprovidos da verdade. Embora reúnam multidões para ouvi-los,
não oferecem aos famintos o Pão do céu. Embora, se vangloriem de suas robustas
riquezas acumuladas na terra, são miseravelmente pobres na avaliação do céu.
Em terceiro lugar: O perigo de se pregar o evangelho
sem o poder do Espírito Santo. Se a pregação do falso evangelho das obras e da prosperidade é uma
negação do genuíno evangelho, a pregação do verdadeiro evangelho sem o poder do
Espírito é uma conspiração contra o evangelho. O evangelho é o poder de Deus
para a salvação de todo o que crê. Nele se manifesta a justiça de Deus. Não
podemos pregá-lo sem a virtude do Espírito Santo. O pregador precisa ser um
vaso limpo antes de ser um canal de bênção. Precisa viver com Deus antes de
falar em nome de Deus. O pregador precisa ser cheio do Espírito antes de ser
usado pelo Espírito. Se a pregação do evangelho é lógica em fogo, a mensagem do
evangelho precisa queimar no coração do pregador antes de inflamar os ouvintes.
Precisamos desesperadamente de um reavivamento nos púlpitos. Precisamos voltar
ao evangelho!
Texto do Pr.
Hernandes Dias Lopes (transcrito)