CUIDADO E RELACIONAMENTO
NO AMBIENTE DAS CÉLULAS
Carta pastoral
Texto de Leila Paes:
Pastora líder da base de adoração da Rede de Igrejas da Cidade
Deus escolheu que fôssemos
uma igreja grande, e Ele tem razões para isso. O Senhor deseja que tenhamos
voz, para trazer algumas coisas da parte de Dele para a nossa nação e para o
seu povo. Assim, temos buscado cumprir esse papel, com a liderança do Pai,
enquanto continuamos a crescer.
Enquanto crescemos,
queremos fazê-lo de modo sustentável, e como o Pai deseja. Para isso, estamos
trabalhando com nossa Rede de Células, para crescermos nesse modo: cuidando.
Deus planejou o cuidado para ser de pessoa a pessoa – pessoas precisam de
pessoas. Por isso, temos as células, onde podemos desenvolver relacionamentos
de cuidado, uns aos outros. Mesmo com a força dos ministérios e outros
relacionamentos, é apenas na célula que uma igreja grande consegue gerar
unidade, cuidado, pastoreio e discipulado. Estamos nos esforçando para termos
uma rede de células viva e pulsante, cheia da vida de Deus.
Vamos falar de algumas
premissas para esse cuidado. Primeiro, quero observar que cuidar não é
controlar. Quando cuidamos de bebês, nós “controlamos” tudo – onde dorme, o que
come e o que veste. Como líderes, às vezes, tentamos isso. Tentamos dizer para
a pessoa o que ela tem que fazer, aonde ir e o que falar, e esperamos “obediência”.
Não foi isso que Deus planejou para os relacionamentos na igreja e em célula.
Quando cuidamos de pessoas que já não são mais bebês, esse cuidado se transforma
em possibilitar que a vida de Deus aconteça na vida dessa pessoa – não controlar.
Para isso, precisamos aprender a viver na graça de Deus. A graça é esse
presente imerecido, um dom de Deus, que pode fazer com que uma pessoa se torne
livre de dores e de problemas que têm carregado talvez uma vida inteira. Além
disso, a graça não só cura do passado como nos proporciona viver o futuro que
Deus tem para nós.
O Reino de Deus se
manifesta na Terra também por meio da graça, é como ele pode ser percebido e
vivido. Essa realidade forma um ambiente que tem sido chamado de “a cultura da
honra”, no qual se acredita no que Deus fez: homens e mulheres capazes de ser
expressão da imagem do Senhor na Terra. É basicamente acreditar nas pessoas, no
seu potencial em Deus, estendendo a oportunidade para que elas sejam o que o
Pai escolheu que fossem: filhos amados, redimidos, restaurados e perfeitos,
expressando a glória de Dele até nos detalhes da vida.
Nós precisamos aprender a
reconhecer quem as pessoas são. Em primeiro lugar, elas não são o pecado que
cometem. São pessoas por quem Jesus morreu na cruz, e podem se tornar filhos
restaurados. Elas não devem carregar a marca do pecado, mas a marca da cruz. É
assim que precisamos enxerga-las. Quantas vezes marcamos uma pessoa pelos seus
atos, e somos literalmente impedidos de manifestar graça a essa pessoa com base
no que ela fez. Assim, impedimos que uma restauração e reabilitação aconteçam.
Neste ambiente, o que procura trazer o céu à Terra, olhamos para as pessoas sob
a ótica de Deus, e não pela nossa. Desta forma, não recebemos mais as pessoas
sob os nomes de “irado”, “rebelde” e “drogado”, mas com os nomes de “filho
livre” e “filho da luz”, nomes que o Senhor dá e não que a vida imprime. Então,
a vida fluirá por meio da honra.
Como líderes, isso faz
toda a diferença. Ver as pessoas como Deus as vê (curadas, restauradas,
libertas, produtivas, cheias de potencial etc.) e irá nos capacitar para
liberar essas pessoas para a vida de Deus. Elas não são bebês, que precisam de
orientação e controle a cada detalhe da vida, mas são pessoas que têm
capacidades incríveis, têm um relacionamento com o Espírito Santo de Deus, que
podem ouvi-Lo e seguir a Sua orientação, podem amar como Deus ama e trabalhar
como Ele trabalha.
Pessoas nos ferem, traem e
entristecem, mas continuam sendo alvo do amor de Deus e capazes de trilhar o
caminho da restauração. Assim, não podemos nos prender ao que elas fizeram, mas
ao que Deus tem para elas. Liberamos perdão e acreditamos no que Deus tem para
cada uma. Com sabedoria e em paz, fazemos fluir a vida do Pai amoroso sobre
cada vida. Essa é a cultura do céu que queremos viver em nossa igreja e em cada
célula, ministério ou oportunidade.
Quando buscamos e trazemos
toda a maneira de ser de Deus para nossos relacionamentos, vencemos as
limitações que a maneira de ser humano nos impõe. Não respondemos mais na
maneira naturalmente humana, com amargura ou rancor e falta de misericórdia ou
descrença, mas vivemos em esperança – a esperança divina. “E a esperança não
nos decepciona, porque Deus derramou seu amor em nossos corações, por meio do
Espírito Santo que ele nos concedeu” (Romanos 5:5).
Em cada célula, vamos
ajudar cada filho amado de Deus a ouvir e perceber o que o Pai está pedindo de
cada um deles. Não é nossa tarefa controlá-los, mas mostrar o caminho do Senhor
e perguntar: “O que você vai fazer”? Trazemos a luz do céu aos nossos
relacionamentos, a luz do Pai que tudo deixa claro, e não temos medo do pecado.
O pecado não pode dar as regras de como nos relacionamos e como vemos as
pessoas, mas, sim, o amor de Deus! Pense nisso, permita que o Espírito Santo o
leve a liberar as pessoas a viver a graça de Deus. Seja você mesmo livre para
se perceber tão amado e precioso quanto Deus o fez para ser. “Deus é poderoso
para fazer que lhes seja acrescentada toda graça, para que em todas as coisas,
em todo o tempo, tendo tudo o que é necessário, vocês transbordem em toda boa
obra” (2 Coríntios 9:8).
Fonte: Revista “FELIZCIDADE”,
Ano VIII, nº 30, páginas 6 E 7 – Editora Inspire.
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