quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A PRESENÇA CONSOLADORA DE DEUS

"Quando você atravessar águas profundas, eu estarei ao seu lado, e você não se afogará. Quando passar pelo meio do fogo, as chamas não o queimarão" (Isaias 43:2).

A Bíblia usa como figura o fogo e a água, para falar das aflições a que somos sujeitos, mas fala também da sua presença consoladora. "eu estarei ao seu lado".
Gostaria de partilhar com vocês, algo que me aconteceu no dia 14 de fevereiro de 1981, e que mostra a ação protetora de Deus, em nosso favor, nas nossas aflições.
Eu ainda me encontrava no serviço ativo, como policial civil, e trabalhava na Delegacia de Jacareí, Estado de São Paulo. Estava, naquele dia, de plantão, responsável pela administração da carceragem. Tudo começou às 11:00 horas; faltava uma hora para o término daquele plantão. Quando eu entrava no pátio do presídio para recolher os detentos que estavam no "banho de sol", num momento oscilante da segurança os detentos iniciaram uma rebelião, desarmando os guardas. Os presos ficaram todos soltos no pátio e demais compartimentos da carceragem.
Lembro-me que entrei no ambulatório, fechei a porta e acionei, como alarme, o interfone de todas as salas da delegacia, e orei ao Pai celestial, em nome de Jesus, pedindo a proteção que eu necessitava. Senti, naquele momento, como se a minha mente fosse anestesiada; era a presença do Senhor me trazendo paz e tranquilidade. Daí para frente eu era mais um refém, porém, sentia refrigério em minha alma.
Em cada momento que fiquei em poder dos detentos eu sentia a presença protetora de Deus.
Lembro-me quando o líder da rebelião me trancou numa cela onde estavam três detentos que não estavam participando da rebelião; dois porque aguardavam alvará de soltura e o terceiro porque os demais detentos o odeavam, tendo em vista o seu crime; ele havia assassinado uma menina de 12 anos e com um machado dividiu o corpo dela em 15 pedaços. Naquela cela senti as mãos do Senhor me protegendo.
Num outro momento, um detento forte me colocou num canto do pátio, e com revólver em punho, ia me matar, porque, dizia ele: "o senhor escondeu o molho de chaves que precisávamos para abrir os portões de acesso ao pátio externo". Este molho de chaves estava no meu bolso, e um preso chamado Sirineu impediu que eu fosse morto. Se não fosse o Senhor naquele momento eu havia morrido.
Os presos, por telefone, fizeram um acordo com o Juiz de Direito da cidade: Dois carros foram cedidos para saída deles, porém, os reféns, em número de cinco, seriam soltos.
Na realidade, quando os dois carros chegaram e os presos saíram à porta da delegacia, eu sentia uma dor, em virtude da pressão do cano de revolver na minha nuca; eu estava ali como escudo. Na frente da delegacia estavam policiais civis e militares de muitas cidades do Vale do Paraíba e inclusive de São Paulo; todos bem armados e prontos para atirar. Senti que o Senhor havia dado ordens aos seus anjos a respeito de mim, para impedir o tiroteio, na saída do primeiro carro. Os presos que ocuparam o primeiro carro me levaram consigo e me deixaram próximo da cidade de Santa Branca, de onde eu voltei são e salvo.
Na saída do segundo carro houve um tiroteio intenso, que resultou na morte de diversos presos e de um capitão da Polícia Militar. Morreu também um líder da APAC- Associação de Proteção e Assistência aos Condenados, Franz de Castro, um grande amigo; o Senhor Jesus achou por bem levá-lo consigo.
Usando a linguagem figurada da Bíblia, naquela ocasião eu passei pelo fogo e pela água da aflição, porém, o Senhor estava comigo.
Nunca mais eu fui o mesmo. A minha comunhão com Deus ficou mais aperfeiçoada; saí fortalecido e mais forte na minha fé. O desejo de servir o Senhor aumentou consideravelmente.
Hoje, devido minha idade e estado de saúde, não tenho condições de ser mais ativo na igreja, mas todos os dias faço da mesa do meu computador um púlpito, e da internet um dispositivo para que as mensagens do Senhor, através do meu ministério, cheguem às pessoas, e as famílias sejam abençoadas.
Quando passamos pelas águas e pelo fogo da aflição é sinal que o Senhor tem algo importante para nossa vida.
Escrito por: Adolpho Salgado-Ministro do Evangelho

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